Bárbara barbarizou
um coração bárbaro
atormentado pela angústia
de ser bravo
e que só estava querendo
se tornar brando
para ser reconhecido
como um brado.
Aline aliciou os pensamentos
de um analista
que se encantou com as ideias
mais alienantes
da sua paciente ufanista,
que na verdade era alienista.
Provando para o racional
o quanto há de anormal
em tudo no que todo mundo acredita.
Marcela marginalizou
os sonhos de um homem
de alma mesquinha
martelando em sua mente
mensagens marcantes,
ensinando-lhe como dar valor
as coisas maravilhosas da vida.
Bárbara barbarizou
Aline
que alienou
Marcela
que marginalizou
um homem
que no fim das contas
percebeu o quanto a vida é bela.
Bárbara barbarizou o coração
do homem que a amou
pois, ele, por ser analista,
pelos pensamentos alienistas
de Aline se apaixonou
e ainda não se dando por satisfeito,
Marcela ele também conquistou
e por ser tão ganancioso
com nenhuma das três ele ficou.
Então, alienado ele falou:
- Agora traz a bárbara pra minha arma
que eu vou ali, negar tudo.
Quero continuar vendo a praia
mas preso nessa cela
não vai dar pr'eu ver
o mar, cela, mar, cela,
minha vida presa em uma cela.
Mas preso em uma cela
como é que eu vou pedir perdão
pra Bárbara, Aline e Marcela,
se a minha vida
é um pouquinho de todas elas?!.