24 janeiro 2009

Ato Falho

Eu perdi o prumo.
O céu pra mim sempre está escuro.
Eu vivo de luto e parte de mim 
jaz em um sepulcro.
A solidão é lucro 
perto da dor de agulhas e tubos.
A esperança é tudo 
se tenho no hoje o inseguro
e no amanhã o obscuro.

Os olhos brilham com o luxo
mas turvam se há pobreza 
ao redor dos muros.
Sou parte de tudo e nem por isso
me sinto um ser profundo.
Eu sou igual a todo mundo.
As vezes penso, falo, faço absurdos 
e assim eu continuo.

Tento superar os vultos 
de um passado que me assombra 
com o seu jugo.
Esse é o custo que eu pago 
por ter sido imaturo
e ter feito tudo sem usar 
o mínimo de escrúpulo
por me achar resoluto.

Meus olhos abominam o sujo
mas esquecem 
que também sou impuro.
Sou parte de tudo e nem por isso 
me sinto um ser profundo.
Eu sou igual a todo mundo.
As vezes erro, acerto, julgo 
e assim eu continuo.