Eu sou o irresponsável
responsável pelos meus atos desconjuntados
típicos de seres desatinados,
contudo, não sou falso!
Eu sou eu mesmo
por todos os ângulos e lados
e faço questão
de deixar isso bem claro.
Não preciso usar máscaras,
trajar fantasias e nem tão pouco
sair nas ruas dando espetáculos
como um palhaço de um circo falido
por falta de alegria.
Minha figura em si,
desprovida de quaisquer
apetrechos e regalias,
tem topete e ousadia suficientes
para enfrentar as regras
que aos nossos sentidos
cega, ensurdece e silencia.
Eu, bruta matéria bruta
em toda minha simetria,
tenho esperança e petulância suficientes
para cultivar dentro de mim
sonhos mesclados
com a realidade do dia a dia.
E quem quiser berre ao mundo
que eu sou louco de carteirinha!
Mas desde quando
um cromossomo de loucura
não compõe a genética de uma vida
diagnosticada como sadia?!