29 dezembro 2008

Goia

Vou queimando a ponta do cigarro
como se consumisse o teu amor
que é meu vício, meu estrago
e o meu porto seguro
onde me encontro à salvo.

Trago na memória
cinzas de tantos carnavais,
cinzas de cigarros apagados,
cinzas de um amor 
que já não queima mais.
Vou me consumindo,
vou extinguindo o meu pavio,
vou nessa chama me expandindo
e virar fumaça sem deixar resquícios
do que fui e do que sou.

O que será que houve com nós dois?
Se o que nos sobrou é apenas cinzas,
será que alguma mágica ressuscita
o nosso amor que se apagou?


O que será que houve com nós dois?
Se o que nos sobrou é apenas cinzas,
melhor jogá-las à brisa
e não me arrepender depois.

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