Eu tô cansada do agora
mas não procuro melhora.
Sou o que se conforma
e engulo seco a revolta.
Eu tô querendo demais
e tô fazendo de menos.
Eu espero sentada o que vier no vento
com o aval do coletivo bom senso.
Ponham mais na minha boca o silêncio.
Tô preocupada com a hora.
Eu vejo a vida ir embora
mas a preguiça não deixa
eu ganhar o mundo afora.
Eu tô pesada demais,
me esforçando de menos.
Eu espero sentada o que vier no vento
com o aval do coletivo bom senso.
Prendam mais
meus pés contra o cimento.
Eles cegaram meus olhos
e mudaram os meus planos,
me roubaram a coragem,
vivo só pelos cantos,
apagaram a memória
do meus levantes de glória,
domesticaram meu ânimo
ao de um bicho manso.
Tô submissa demais
e indignada de menos.
Eu espero sentada o que vier no vento
com o aval do coletivo bom senso.
Sirvam mais minha cabeça à prêmio.
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