Levo as coisas muito a sério
e isso pode prejudicar.
Quero me apropriar do mistério
que existe em saber ponderar.
Atrasei todos os relógios
tentando algum tempo ganhar.
Mas que doce ilusão, eu sonhei em vão
que a vida poderia esperar.
E contrariando a maioria
eu não tenho medo de morrer
o que me preocupa é pensar que bem
não poderei viver.
Do que me adianta
uma existência inteira de privações,
se estou cercada por mil
maléficas intenções?
E por isso eu me pergunto:
- pra onde é que eu vou,
se mesmo indo pr’outro mundo,
à salvo eu não estou?
Tenho que me apropriar de como
me livrar do mal humor.
Tenho que me apropriar
de como aproveitar
o tempo que me restou.
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