te expulso deste corpo
que já não te pertence.
Exorcizo corpo, alma,
coração e mente
libertando-me
desse mal impertinente.
E agora
já não me sinto mais doente.
Quero aproveitar
cada momento desperdiçado
vivendo coisas que pensei
que jamais iriam ter passado.
E como é bom saber
que eu estava errado.
O meu medo de não ter
lembranças para recordar
foi-se embora com a tristeza
pro arquivo de inutilizados.
E me sinto honrado
por não ter me abatido
diante dos obstáculos
que tentaram me deixar obstruído.
E talvez,
ou melhor dizendo,
ou melhor dizendo,
certamente nesse momento
se eu tivesse desistido,
eu estaria desventurado
e abandonado só com o amargo
do gosto do fracasso.
E não querendo ser tão dramático
mas já sendo,
talvez minha vida
tivesse se acabado,
pois caso o mundo
não tenha conhecimento,
a tristeza é muito mais
que um simples sentimento.
Ela envenena,
vai destruindo tudo por dentro,
desnorteando qualquer pensamento,
transformando sua vida
num tormento
num tormento
e quando você estiver
no fundo do poço
ela vai matando aos
pou- qui- nhos,
vai torturando
de- va- ga- ri- nho
até a última lágrima (de dor)
escorrer pelo seu rosto
e cair no interior da cova solitária
onde eternamente descansará (ou não)
o seu corpo em sua negra mortalha.
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