Eu perdi o prumo.
O céu pra mim sempre está escuro.
Eu vivo de luto e parte de mim
jaz em um sepulcro.
A solidão é lucro
perto da dor de agulhas e tubos.
A esperança é tudo
se tenho no hoje o inseguro
e no amanhã o obscuro.
Os olhos brilham com o luxo
mas turvam se há pobreza
ao redor dos muros.
Sou parte de tudo e nem por isso
me sinto um ser profundo.
Eu sou igual a todo mundo.
As vezes penso, falo, faço absurdos
e assim eu continuo.
Tento superar os vultos
de um passado que me assombra
com o seu jugo.
Esse é o custo que eu pago
por ter sido imaturo
e ter feito tudo sem usar
o mínimo de escrúpulo
por me achar resoluto.
Meus olhos abominam o sujo
mas esquecem
que também sou impuro.
que também sou impuro.
Sou parte de tudo e nem por isso
me sinto um ser profundo.
Eu sou igual a todo mundo.
As vezes erro, acerto, julgo
e assim eu continuo.