13 outubro 2012

Preguiça (A Ociosa)


Se a preguiça permitir 
e o meu corpo consentir
Talvez eu saia de casa.

Se meus lençóis e cobertores,
Camisola e almofadas me largarem 
eu vou à praia.

Mas estou tão confortada, 
aquecida e relaxada,
Vou continuar deitada.

Só me deram quinze dias
E nos trezentos e cinquenta 
que me restam sou escrava.

E a essa altura da minha vida 
descobri que a rotina
É algo fácil de desapegar.

Oportunidade é o que faltava 
pra soltar minhas amarras
Da obrigação de ter de trabalhar.

E tudo o que eu queria dia a dia 
era viver com a poesia
E dela conseguir me sustentar

Mas as regras e conveniências 
me taxam de vagabundo
Se essa chance eu cogitar 
e deixar de trabalhar pra cantar,

Se eu deixar de trabalhar pra cantar,
Se eu deixar de trabalhar 
o mundo vai me condenar.

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