12 janeiro 2010

Devaneios

Quero algo forte o bastante
que me leve mais que alguns instantes
para espaços siderais
e que em movimentos constantes
faça todo o meu corpo flutuante
viajar entre espirais.
Me perco em um mundo distante
em meio a descoberta de nuances
nunca antes ditas reais.
Ter uma mente brilhante
é bem melhor que um gris anulante,
meras massas cerebrais.

E em pleno movimento 
eu vejo o mundo
parando a passos lentos.
180 graus, 
rotação que dou em mim mesmo.
Quero ouvir o silêncio
e entender o som 
que me traz o vento;
vozes, gritos, choro, 
sorrisos e tudo mais.

E em pleno movimento 
eu vejo o mundo
parando a passos lentos.
Eu quero ouvir o silêncio 
e entender o som
que me traz o vento;
vozes, gritos, choro, 
sorrisos e tudo mais.
Gigantes moinhos nada cordiais.

Nada cordiais, tempos.
Nada cordiais, gritos.
Nada cordiais, risos.
Nada cordiais, filhos.



02 janeiro 2010

Orçamento

Quem fala o que quer
ouve o que não quer por merecimento.
E forte como o vento
são as palavras que tudo arrasa
e que despedaça até um sentimento.

Tudo o que se quer uma vez que vier
terá um pagamento sem abatimento.
Tudo o que se é, dê no que der,
é um rendimento 
do que já foi feito há tempos.
E eu já não sei se eu valho
um real a mais ou a menos.

Quem faz o que bem quer
esquece que é posto a julgamento
sem comedimento.
E nada escapa ou se disfarça
por muito tempo
nem mesmo o pensamento.

Tudo o que se quer uma vez que vier
terá um pagamento sem abatimento.
Tudo o que se é, dê no que der,
é um rendimento 
do que já foi feito há tempos.
E eu já não sei 
se eu valho um real a mais...

E eu já não sei se eu valho
um real a mais ou a menos.
E eu já não sei se eu valho
um real a mais no orçamento.
E eu já não sei se eu valho
um real ou isso ao menos.