10 maio 2009

Carta de Alforria

Não se pode ter tudo.
Não se pode ter todos.
Se contente apenas 
com alguns poucos.
Se contente 
com o que você tem.

Não permita que correntes
aprisionem a sua vida.
Liberdade ainda que tardia!
Liberdade pra mim e pro refém.

Não se julgue tão esperto!
Espere o momento certo
e faça da sua razão 
um manifesto.
Vá a luta!
Não dependa de ninguém.

Tenha consciência de que você
não tem o tempo todo.
Meu amigo, a vida é um jogo!
Ganhe e perca porque 
a morte sempre vem
e ninguém está acima do mal, 
do bem e do destino também!

"Deus! Ó Deus!
Onde estás que não respondes?
Em que mundo,
em que estrela tu t'escondes
disfarçado nos céus?
Há dez mil anos te mandei 
o meu grito
que em vão, desde então
 corre o infinito.
Onde estás, senhor Deus?
Presos na mesma corrente
na rosca da escravidão.
Condenados a morrer 
ao som do açoite...
Irrisão...!
Onde estás, senhor Deus?"

Quem deseja ter o mundo
e ser soberano a todos
não se contenta 
apenas com alguns poucos.
Não se contenta 
com o que já tem.

Não permita que a elite
manipule a sua vida
a liberdade
não é uma carta de alforria.
A liberdade
não se compra de ninguém!

Nota: 
A parte em destaque no texto é adaptada por mim e extraída do poema "Navio Negreiro" do grande poeta revolucionário, Castro Alves.

Um comentário:

kelly disse...

Muito bom, adorei esse poema não conhecia. A imagem também é maravilhosa!!!

Beijos!!!